Prezado irmão em Cristo
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Graça e Paz
Normalmente não tenho condições de elaborar uma resposta a todos os
emails que recebo, mas o seu me chamou atenção, pelo seu esforço e
cordialidade, e por isso, encontrei uma maneira de respondê-lo. Farei
colocações no seu próprio e-mail em resposta às suas demandas.
Prezado irmão em Cristo
Reverendo Leandro Lima,
Graça e paz.
Tenho acompanhado suas aparições no programa Vejam Só, e
tive a oportunidade de ouvi-lo, por duas vezes, no podcast do BiboTalk.
Duas coisas ficaram notórias para
mim: seu conhecimento e sua simplicidade, por estas razões tomei a liberdade de
escrever-lhe, caso não possa responder-me, entenderei, pois, sei que o Sr. deve
ser um Pastor muito requisitado.
A simplicidade precisa ser resultado da auto-compreensão, até porque
sempre é inútil tentar disfarçar a falta de conhecimento com estilo suntuoso de
escrever e, ou, falar. Em mim, isso não é mérito, é necessidade.
Sobre sua participação no programa
que versou sobre a árvore do Bem e do Mal houve uma concordância entre o Senhor
e o outro pastor de que Adão tinha o livre-arbítrio, e o senhor comentou que
após a queda o homem perdeu a capacidade de escolha em relação às coisas de
Deus, mas no capítulo 4 de Gênesis nos versos de 1 a 7 a palavra do SENHOR
mostra justamente o contrário, o dialogo de Deus com Caim deixa claro Deus colocando
diante de Caim a escolha de fazer o certo para aceitação e o errado para a
condenação. A escolha errada o levaria ao pecado e consequentemente à morte, o
que o levaria a perda da vida eterna.
Uma coisa não elimina a outra. O fato de não termos
"livre-arbítrio" não significa que não somos responsáveis por nossos
atos. Aqui, na verdade, já está o cerne de todo o problema e da dificuldade que
os arminianos têm em entender o calvinismo, pois geralmente confundem
"calvinismo" com "hiper-calvinismo". O calvinismo não é
fatalista, não vê Deus como o autor do mal, nem faz do ser humano uma máquina
programada para pecar. O calvinismo tenta fazer justiça à Bíblia como um todo.
E a Bíblia mostra duas verdades complementares: Deus é soberano e decretou
todas as ações dos homens, porém, ao mesmo tempo, decretou que o homem é livre
e responsável por seus atos. Isso é muito difícil de ser aceito por pessoas
racionalistas. Tanto os arminianos quanto os hiper-calvinistas são
racionalistas. Eles pensam assim: "só pode haver uma verdade, então, ou
Deus decretou todas as coisas ou o homem é livre". Com base nesse
pensamento racionalista, os arminianos ficam com a última e os
hiper-calvinistas com a primeira. Mas ambos decepam a Bíblia.
Os calvinistas não concordam com o livre-arbítrio que é uma capacidade
de agir de maneira contrária à sua própria natureza. Pessoas que estão “mortas
em seus delitos e pecados” (Ef 2.1), de fato só conseguiriam mudar a situação,
como disse Jeremias, no dia em que o etíope mudasse sua cor ou o leopardo
eliminasse suas manchas (Jr 13.23). No entanto, os calvinistas entendem que o
homem é livre para agir dentro dos limites de sua própria natureza decaída.
Quanto a Caim, ele já nasceu sem a vida eterna. Já nasceu condenado à
morte. Romanos 5.12 diz: "Portanto, assim como por um só homem entrou o
pecado no mundo, e pelo pecado, a morte, assim também a morte passou a todos os
homens, porque todos pecaram". Esse homem, como mostra o verso 14 era
Adão, o pai de Caim. Logo, quando Caim nasceu, o pecado e a condenação à morte
já haviam entrado no mundo. Note que o verso não diz que o pecado e a morte passaram
apenas para alguns homens, mas a todos os homens.
No verso 7 o SENHOR fala do domínio
do homem sobre o pecado, isto está em nossas mãos. Ora se temos domínio sobre o
pecado, não podemos estar totalmente caídos, mas não tenho problema com a queda
total do homem, logo a frente falaremos dela.
O texto citado não fala do "domínio" do homem sobre o pecado,
mas da "responsabilidade" do homem em dominá-lo. A soberania de Deus
não elimina a responsabilidade humana.
Concordamos que tudo começou com DEUS
e começou antes da fundação do mundo. Com relação ao homem podemos dizer que:
a) Deus criou todos os homens já com
sua história pronta;
b) Deus criou o homem com processo de
livre escolha;
c) Deus criou homens para honra e
desonra;
Se Deus criou todos com sua história
já definidas, Judas não seria um traidor, pois estaria cumprindo apenas o papel
que lhe foi determinado na história. O mal não teria entrado no mundo por
satanás, mas pelo próprio Deus.
Veja que essa é uma dedução
"racional" sua. Você eleva sua razão acima da Bíblia. Agora veja o
que o próprio Cristo disse a respeito do ato de Judas: "Todavia, a mão do
traidor está comigo à mesa. Porque o Filho do Homem, na verdade, vai segundo o
que está determinado, mas ai daquele por intermédio de quem ele está sendo
traído!" (Lc 22.21-22). O Senhor sabia exatamente quem era o traidor.
Disse que ele estava à mesa. E disse algo ainda mais impressionante: tudo
estava determinado. Sim, meu caro irmão, o pecado do traidor estava
determinado! Mas isso tornava o traidor desculpável? Um mero homem fazendo uso
de sua limitada razão sempre achará que sim! Mas Jesus diz que não! Isso não o
torna desculpável. O "ai" de Jesus direcionado a Judas não deixa
dúvidas disso. Porém, Judas estava destinado à perdição, e Jesus disse isso
noutro texto: "Quando eu estava com eles, guardava-os no teu nome, que me
deste, e protegi-os, e nenhum deles se perdeu, exceto o filho da perdição, para
que se cumprisse a Escritura" (Jo 17.12). Nesse texto, Jesus chama Judas
de o "filho da perdição" e disse que não "guardou" Judas do
pecado para que se cumprisse a Escritura.
Se Deus criou homens para honra e
desonra Deus seria um ser extremamente cruel, pois ELE estaria trazendo a
existência pessoas más, totalmente ruins, ou estaria trazendo ao mundo pessoas
que jamais teriam a chance de salvação, mesmo não sendo boas e nem más.
Novamente, seu argumento é meramente humanista, baseado num raciocínio
anti-bíblico. Veja o que a Bíblia diz com todas a letras sobre esse ponto:
"Os gentios, ouvindo isto, regozijavam-se e glorificavam a palavra do
Senhor, e creram todos os que haviam sido destinados para a vida eterna"
(At 14.48).
Mas, a principal passagem, nesse sentido, está em Romanos 9, e agora
terei que mencioná-la com alguns detalhes, pois curiosamente, os
questionamentos que você levanta são exatamente aqueles que Paulo previu que as
pessoas levantariam quando lessem o que ele escreveu. Explicando a razão pela
qual nem todos os judeus creram no Messias, apesar de serem filhos de Abraão,
Paulo revela um dado extraordinário a respeito do modo de agir de Deus. Uma
coisa os judeus tinham muito claro para si: eles eram o povo escolhido. Isso
era evidente, pois dentre todas as nações do AT, apenas Israel foi beneficiada
com a Revelação de Deus e a Aliança. E Israel não fez nada para merecer isso,
Deus simplesmente chamou um homem de Ur dos Caldeus, e disse que dele faria uma
grande nação (Gn 12.1-2). Por mais que Israel tivesse a tendência de se achar
especial por algum valor inerente, Deus fazia questão de lhes lembrar algo
essencial: "Não vos teve o SENHOR afeição, nem vos escolheu porque fôsseis
mais numerosos do que qualquer povo, pois éreis o menor de todos os povos, mas
porque o SENHOR vos amava e, para guardar o juramento que fizera a vossos pais,
o SENHOR vos tirou com mão poderosa e vos resgatou da casa da servidão, do
poder de Faraó, rei do Egito" (Dt 7.7-8).
Pois bem, fica evidente que o amor incondicional de Deus pela nação de
Israel era algo que partia do próprio Deus. No entanto, os judeus pensavam que
isso se aplicava "a todos os judeus". É aí que Paulo começa a mostrar
algo diferente. Ele revela a ignorada verdade de que nem todos os descendentes
de Abraão foram "amados" por Deus, nem fizeram parte do "povo
escolhido". O primeiro rejeitado foi Ismael, filho de Abraão com a
escrava. Porém, nesse caso, os judeus diriam: "não era um filho
legítimo!". Então, Paulo mostra um caso mais contundente: Esaú e Jacó.
Veja as palavras de Paulo: "E ainda não eram os gêmeos nascidos, nem
tinham praticado o bem ou o mal (para que o propósito de Deus, quanto à
eleição, prevalecesse, não por obras, mas por aquele que chama), já fora dito a
ela: O mais velho será servo do mais moço. Como está escrito: Amei Jacó, porém
me aborreci de Esaú" (Rm 9.11-13). Antes de os gêmeos nascerem seus
destinos estavam traçados. Como é que alguém pode negar isso lendo esse texto?
Agora veja: qual é a razão da escolha divina em relação à Jacó? Algum bem
inerente nele? Óbvio que não. Jacó foi um pecador igual ou pior do que Esaú. A
razão divina é seu inexplicável amor. E note que a respeito de Esaú ele diz que
o "odiou". Sim, pois a tradução literal do texto não é
"aborreci", mas "odiei".
É evidente que para homens dominados pelo pensamento
humanista-racionalista, este tipo de declaração é inaceitável. A primeira coisa
que imaginam é que Deus seja, como você dirá abaixo, um DEUS ABOMINÁVEL, um
Deus injusto. Mas Paulo já previu este tipo de reação. Veja o que ele diz em
seguida: "Que diremos, pois? Há injustiça da parte de Deus?" (Rm
9.14). Curioso, não? Paulo sabia muito bem das implicações daquilo que estava
escrevendo. Sabia que os homens veriam isso como algo injusto da parte de Deus.
Porém, qual é a resposta de Paulo? É um contundente "de modo
nenhum!". E qual é a explicação paulina para justificar esse "de modo
nenhum"? É a misericórdia de Deus: "Pois ele diz a Moisés: Terei
misericórdia de quem me aprouver ter misericórdia e compadecer-me-ei de quem me
aprouver ter compaixão. Assim, pois, não depende de quem quer ou de quem corre,
mas de usar Deus a sua misericórdia. Porque a Escritura diz a Faraó: Para isto
mesmo te levantei, para mostrar em ti o meu poder e para que o meu nome seja
anunciado por toda a terra. Logo, tem ele misericórdia de quem quer e também
endurece a quem lhe apraz" (Rm 9.15-18). Ou seja, todos os homens são pecadores,
e, por conseguinte, condenados. Quando Deus salva alguém, ele está apenas
usando sua misericórdia com essa pessoa. Quando ele deixa de salvar alguém,
está apenas usando sua justiça. Ele poderia deixar todos se perderem, mas
escolheu salvar alguns por misericórdia. Isso não o torna injusto, antes o
torna misericordioso. Isso é o que a Bíblia diz! Eu sei que é difícil para nós
aceitarmos algo assim, mas é o que a Bíblia diz!
No entanto, mais uma vez Paulo está consciente de que suas palavras
serão recebidas com animosidade: "Tu, porém, me dirás: De que se queixa
ele ainda? Pois quem jamais resistiu à sua vontade?" (Rm 9.19). Sim, esse
é o pensamento comum: "Então, toda a culpa deve ser atribuída a Deus!
Então, Deus é um falsário, pois manda que se pregue o Evangelho a toda
criatura, no entanto, salvará apenas os eleitos!". Nesse ponto, parece que
Paulo perdeu a paciência com seu "oponente invisível". E atalha: "Quem
és tu, ó homem, para discutires com Deus?! Porventura, pode o objeto perguntar
a quem o fez: Por que me fizeste assim? Ou não tem o oleiro direito sobre a
massa, para do mesmo barro fazer um vaso para honra e outro, para desonra? Que
diremos, pois, se Deus, querendo mostrar a sua ira e dar a conhecer o seu
poder, suportou com muita longanimidade os vasos de ira, preparados para a
perdição, a fim de que também desse a conhecer as riquezas da sua glória em
vasos de misericórdia, que para glória preparou de antemão, os quais somos nós,
a quem também chamou, não só dentre os judeus, mas também dentre os
gentios?" (Rm 9.20-24). Aí está meu irmão, aquilo que você mais teme. No
entanto, o Apóstolo Paulo não teve receio de expor. Sim, Deus é o soberano, e
isso significa que, por misericórdia, de uma mesma "massa pecadora",
Deus predestinou vasos de honra. E por outro lado, da mesma "massa
decaída" ele preordenou vasos de desonra, no sentido de que os
"preteriu", os abandonou aos seus próprios pecados.
Se Deus criou o homem com direito a
escolha, vocês reformados acreditam que a soberania de Deus fica abalada, e
para não abalar a soberania de Deus, vocês criaram um tirano chamado JEOVÁ. Um
DEUS ABOMINÁVEL , um DEUS cruel que diz: “VINDE A MIM VOS QUE ESTAI
CANSADOS...” apenas frases vazias e de efeito, pois um DEUS que pensa que já
que são todos pecadores o que eu salvar é lucro.
Essa visão tacanha de Deus está muito longe da visão exposta no texto
acima. Mais uma vez é um pensamento guiado pelo racionalismo, sem fundamento
bíblico.
Imagine reverendo, DEUS concede ao
senhor o direito de salvar uma pessoa, já que todos são pecadores e lhe dá 3
opções: ou você salva sua esposa, ou você salva seu filho, ou você salva sua
mãe. Se você que é um trapo de imundice pediria misericórdia a DEUS que tirasse
esta responsabilidade de você, imagina DEUS escolhendo aleatoriamente pessoas
para a vida eterna e pessoas para a segunda morte.
Reverendo sei que não estou sendo
original, mas pense num jogo de xadrez entre as duas maiores autoridades
mundiais em xadrez. O primeiro jogador pensa: posso mexer com meu peão, ou que
sabe com minha torre, mas se eu mover meu peão para a casa 5 ele pode mover sua
dama para casa 8 e eu ficaria sem jogada e seria um xeque-mate.
Exemplos interessantes, porém não bíblicos.
Reverendo Deus não tem que
predestinar minha pessoa, isto seria muito simples e fácil para ELE. Ele pode e
predestina todas as minhas ações, todas as minhas escolhas, todas as direções
que eu tomar, nada pega DEUS desprevenido pois ELE sabe tudo, controla tudo,
mesmo nós fazendo milhares e milhares de escolhas erradas simultaneamente ELE
tem o controle de tudo. Nós escolhas não afetam a soberania de DEUS porque não
existe a menor possibilidade disto acontecer. Pensar que DEUS não é soberano é
uma tremenda infantilidade, soberania de DEUS não é coisa a ser discutida, o
que deve ser objeto não de discussão, mas de estudo é como ele consegue
controlar tudo ao mesmo tempo.
Opa, nesse ponto concordamos. E se você se lembrar que a Bíblia ensina as
duas coisas simultaneamente, provavelmente se tornará um calvinista.
Deus atua até mesmo nos atos maus dos próprios homens maus. Quando vemos
o que a Bíblia fala sobre o caso de Nabucodonosor, o ímpio rei da Babilônia,
percebemos que a soberania divina não tem limites. Nabucodonosor invadiu Judá e
cometeu todo tipo de atrocidades, porém, a Bíblia diz que Deus é quem o trouxe
e determinou que fizesse aquilo (Jr 25.9-11). Nabucodonosor agiu em
conformidade com sua iniquidade, ele queria saciar sua sede de conquistas,
entretanto, Deus determinou que aquilo acontecesse, usando Babilônia, império
de Nabucodonosor, segundo seus propósitos. Deus declarou a respeito de
Babilônia: “Tu, Babilônia, eras meu martelo e minhas armas de guerra; por meio
de ti, despedacei nações e destruí reis; por meio de ti, despedacei o cavalo e
o seu cavaleiro; despedacei o carro e o seu cocheiro; por meio de ti,
despedacei o homem e a mulher, despedacei o velho e o moço, despedacei o jovem
e a virgem; por meio de ti, despedacei o pastor e o seu rebanho, despedacei o
lavrador e a sua junta de bois, despedacei governadores e vice-reis” (Jr
51.20-23). Deus disse que ele fez toda aquela destruição, porém, Babilônia
pagaria, pois havia agido conforme ela própria desejava: “Pagarei, ante os
vossos próprios olhos, à Babilônia e a todos os moradores da Caldéia toda a
maldade que fizeram em Sião, diz o Senhor” (Jr 51.24). Babilônia agiu conforme
sua cobiça e deu vazão à sua própria maldade, entretanto, em última análise,
agiu como Deus havia determinado. Ao mesmo tempo, Babilônia e seu imperador
seriam castigados por Deus por causa disto.
Muitos outros casos podem ser considerados , como por exemplo, o caso de
Jeroboão (1Rs 14.10; 15.27-30); de Roboão (1Rs 12.13-15; 22-24); do rei da
Assíria (Is 10.5-15); de Absalão (2Sm 16.20-23; 12.11-12; 17.14) e de tantos
outros que demonstram o mesmo que aconteceu com Nabucodonosor. Em todos eles,
os homens ímpios agiram conforme seus desejos pecaminosos e são culpados por
isto, porém, ao agir daquela forma, estavam fazendo o que a vontade decretiva
de Deus havia determinado, pois estavam cumprindo propósitos divinos. Isso nos
leva a entender que tudo o que acontece nesse mundo, acontece debaixo do olhar
e do comando eficaz de Deus. Nada foge ao controle divino, porém, tudo o que o
homem faz, faz de acordo com sua própria vontade. É claro que a "mera
razão" jamais aceitará isso. Mas não somos salvos pela razão. Somos salvos
pela fé. Resta, portanto, aceitar pela fé que de fato é assim, ainda que não
possamos conciliar tudo em nossas mentes. Precisamos aceitar porque esse é o
ensino bíblico, e a Bíblia é a verdade.
Reverendo DEUS controla um universo
que seria caótico se não fosse pela força do seu poder, existem mais estrelas
sobre nossas cabeças do que todos os grãos de areia das praias e dos desertos
deste planeta, existe um Sol 3000 vezes maior que o nosso, existem bilhões de
galáxias no universo, e vocês, reformados, ainda pensam que uma simples tomada
de decisão do homem afeta a soberania de DEUS.
Foi o próprio Cristo quem disse que até os "cabelos de nossa cabeça
estão contados" e que não cai um pardal em terra sem o sentimento de nosso
Senhor (Mt 10.29-30). Controlar apenas as grandes coisas, mas deixar as
pequenas correrem soltas elimina completamente a soberania.
Contra a queda do homem o gatilho já
foi armado é graça da salvação que há de manifestar-se a todos (Tito 2.11).
Logo a morte de cruz foi 100% de aproveitamento, pois ela foi a graça que se
manifestou a todos, ou melhor para todos, mas cada um que faça sua escolha.
O anúncio do Evangelho a toda criatura não contraria a eleição.
Somos únicos pastor, fomos criados
com arcada dentária diferenciada, Iris diferenciada, digitais diferenciadas,
DNA diferenciados, dá para perceber que não fomos feitos em série, não somos
produtos de uma linha de montagem, não somos robôs, mas cada um com sua
individualidade.
Concordo. E isso não invalida a eleição, a soberania de Deus ou a
liberdade humana. Porém, nas entrelinhas, provavelmente você revelou a causa do
erro de seu pensamento: o humanismo. A vontade do homem de ser “único”,
“especial”, “fora de série” é a razão de sua queda, de seu antagonismo em
relação a Deus. É uma recusa em atribuir a Deus o valor e o louvor que lhe é de
direito, e, de certo modo, ficar com isso para si mesmo. Sabe meu irmão, você
poderá passar a vida inteira discutindo com Deus, negando o direito dele de
escolha, mas só perderá tempo com isso, e acumulará sofrimento para sua vida.
Veja como Paulo, no final de toda essa seção sobre a predestinação, conclui seu
pensamento no final do capítulo 11: “Ó profundidade da riqueza, tanto da
sabedoria como do conhecimento de Deus! Quão insondáveis são os seus juízos, e
quão inescrutáveis, os seus caminhos! Quem, pois, conheceu a mente do Senhor?
Ou quem foi o seu conselheiro? Ou quem primeiro deu a ele para que lhe venha a
ser restituído? Porque dele, e por meio dele, e para ele são todas as coisas. A
ele, pois, a glória eternamente. Amém!” (Rm 11.33-36). Percebe? Há um caminho
melhor do que o de amargurar a alma por causa dos questionamentos humanistas, é
se render à gloriosa soberania de Deus e louvá-lo por tudo o que ele é e tem
feito, ainda que tudo isso esteja muito acima de nossa capacidade de
compreender.
Faça suas releituras da Bíblia não na
ótica de Calvino ou de Agostinho, ou de Armínio, Pelágio ou qualquer outro
teólogo.
Obrigado pelo conselho. Vou continuar fazendo isso e permitindo que a
Bíblia continue reformando meu modo de pensar. Mas acredito que o irmão também
precise fazer isso, até porque seus argumentos acima foram reduzidamente
bíblicos, muito mais fruto de um racionalismo humanista.
Eles tinham menos recursos do que nós
numa teologia sistemática temos muito mais agrupamentos para estudar do que
tinha Agostinho e Calvino.
Isso, em respeito ao irmão, prefiro não comentar.
A PAZ de CRISTO.
XXXXX XXXXXXX.
A paz.
Leandro.
FONTE: http://bereianos.blogspot.com.br/2013/08/uma-resposta-um-irmao-descontente-com-o.html#.VfKndxFViko
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