Os teólogos puritanos de
Westminster afirmaram que há uma distância tão grande entre Deus e o homem, que
além deste homem dever toda obediência ao seu criador, ele não pode receber de
Deus nenhum bem ou desfrutar de Seu amor se não for por Sua graça e condescendência.
Mas aprouve a Deus beneficiar o homem através de um relacionamento de amor, por
Ele iniciado, e com consequências de vida e morte. Este é um relacionamento
pactual. A isso a Confissão de Fé de Westminster e outras Confissões Reformadas
chamam de Pacto ou Aliança. Então, Deus toma a iniciativa e estabelece um
relacionamento de amor entre duas partes, fazendo promessas, sob condições, e
apresentando consequências de caráter eterno. Temos diversos exemplos de pactos
na Bíblia e que contam com a presença de todos estes elementos envolvidos, como
os que Deus fez com Noé, Abraão, Davi e com Adão. Com Adão Deus fez um pacto no
qual Adão é o representante de toda a humanidade e assim ele age como
representante de todos os seus descendentes, todos os homens.
Deus faz com Adão "um pacto
de vida na condição de obediência pessoal, perfeita e perpétua, da qual a
árvore da vida era o testemunho; e proibiu de comer da árvore do conhecimento
do bem e do mal, sob pena de morte" (CM p. 20). Este pacto é chamado de
"pacto ou aliança de obras" porque havia uma condição envolvida:
obediência perfeita à lei de Deus. Foi chamado assim de "aliança de
obras" também para fazer diferença com a "aliança da graça" que
descansa em bases diferentes. No pacto de obras é prometido ao homem alcançar
vida eterna, se Adão obedecer a Deus perfeitamente. De uma forma ou de outra,
tremenda seria a repercussão deste ato de Adão e extensiva a toda a raça humana
porque ele era o representante de todos os homens dele gerados. A repercussão
disso e seu resultado seria de que ele, caso obedecesse, poderia comer da
árvore da vida e assim receber a vida eterna, jamais poderia pecar e morrer.
Isso seria imputado a todos os homens se o "primeiro" Adão
obedecesse. O que podemos ver é que o homem teria um nível de vida muito
superior ao que Adão teve ao ser criado, livre de cair, livre do pecado e da
morte.
É necessária aqui uma
consideração importante. Em sua
essência, esta aliança também é uma "aliança de graça" porque
graciosamente Deus promete vida eterna em um relacionamento de amor com Ele
como galardão. Na mensagem/artigo do Dr. Murray, o que nos chama a atenção é a
manifestação do amor gracioso de Deus na "aliança de obras". Vemos o
amor de Deus no fato de Ele mesmo iniciar a aliança; na simplicidade do seu
mandamento; na clareza da sua ameaça; no tamanho da sua recompensa; na
"espora" da sua motivação; na curta duração da sua prova. Nela vemos
toda a graciosidade do nosso bom Deus especialmente na figura do segundo Adão,
que ao contrário do primeiro Adão, obedece perfeitamente às exigências da
"aliança de obras" em nosso lugar. Como diz o Dr. Murray, se você
acha que não tem nada a ver com o primeiro Adão, não tem também nada a ver com
o segundo Adão, porque "assim como o primeiro Adão trouxe o pecado ao
mundo, o segundo Adão trouxe- nos justiça e vida eterna. Adão foi o nosso
representante na aliança de obras; Jesus, o nosso representante na aliança da
graça. Aqueles que rejeitam a doutrina da aliança de obras, não teem o direito
de reivindicar as bênçãos da aliança da graça, porque os dois são paralelos, e
juntos ou se mantém de pé ou caem, como prova Romanos 5".
FONTE: http://ospuritanos.blogspot.com.br/search/label/Alian%C3%A7a%20de%20Obras
Nenhum comentário:
Postar um comentário